quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Como nossos pais!

O que separa os homens dos meninos... Essa pergunta não tem uma resposta muito didática! Álias não é fácil responder de nenhuma maneira. Creio que seja impossível formular uma linha de raciocínio que leve ao mínimo entendimento sobre essa questão. Tenho consciência de que no curso de nossas vidas conseguimos obter experiência e conhecimento através de nossas atitudes. Todas as ações que tomamos são reflexo do que vivenciamos e aprendemos com nossos amigos, com nossos vizinhos, colegas de trabalho e, principalmente com nossos Pais e com aqueles que nos amam de verdade.

Me recordo de quando era apenas um garoto franzino. Achava que sabia tudo do mundo. Minha criação foi sempre muito rígida. Ao modo antigo, digamos. Perdi as contas de quantas vezes levei um pé de ouvido do meu pai. Que aos trancos e barrancos me criou dentro de uma norma de conduta irretorquível. Enquanto me solapava me brindava também com sermões de alto índice de conhecimento e moral. Nunca foi do tipo faça o que digo mas não faça o que faço. Ele sempre fazia. Na época eu não dava valor. Dava espaço sim ao rancor, a raiva ou sentimento de injustiça! Afinal, eu podia fazer o que quisesse. Era dono do meu nariz! Hoje posso dizer que sou grato por tudo isso. Aprendi com o passar dos anos a me conhecer. A buscar o conhecimento íntimo. Aprendi a me olhar no espelho e me despir das máscaras que costumava usar no meu cotidiano. Aprendi a reconhecer que não posso tudo e que muitas vezes precisamos dos outros. Aprendi a ser grato.

Aprendi a enxergar a vida como minha melhor escola. Tantas situações que passei e fui forçado a reconhecer-me o grão de areia no Saara e me colocar no meu lugar! Quando tinha 7 anos quase morri ao ser atropelado e ter traumatismo craniano! Sobrevivi sem sequêlas. Alguns dizem que perdi um parafuso, é verdade. Mas do ponto de vista clínico estou totalmente são! Tentei muitas vezes abraçar o mundo, e fui percebendo que meus braços são muito curtos pra tudo isso. Quando fiz 18 anos, maior idade! Meti a cara na bagunça. Quando voltei pra casa carregava uma filha nos braços! Alguns podem pensar "que coisa, estragou a vida e a juventude". Ledo engano. A responsabilidade da criança me fez amadurecer, como dizia Juscelino, 50 anos em 5!
O passar do tempo fez-me aprender a não ter limite no cartão de crédito, a não exagerar na bebida, a não mastigar de boca aberta, a não ser mal educado com os mais velhos, a respeitar estes mesmos mais velhos. A ensinar sem jactância aquele que não sabe. A compartilhar minhas alegrias e tristezas. A tentar, cada dia, ser uma pessoa melhor.
Me ensinou a amar. Em querer me casar. Em sonhar em ter uma família, mais filhos. A ter o Rock´n´Roll como uma paixão incondicional mas ter também os pés no chão pelo bem estar daqueles que me são caros.
O que diferencia o homem dos meninos e a conseguir medir as consequências de tudo o que se faz. É a capacidade de separar o supérfluo no necessário. É a inteligência para identificar o que é verdadeiramente importante do que não é.
Quero ainda colocar um H maiúsculo neste homem que carrego dentro de mim. Sei que isso pode demorar muito tempo, mas parafraseando Chico Xavier: "Quanto mais sei, mais sei, que nada sei."

Abraxxxx
Luis Rulez

Um comentário:

  1. Legal sua reflexão!Muito sincera.

    PS.:Essa coisa de mastigar com a boca fechada é coisa minha, né? rsrs

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